segunda-feira, 23 de agosto de 2010

Ruinas 8 - Batista Russo




As oficinas do Batista Russo, de assistencia  BMW, no cruzamento da Av.Gomes da Costa com a Av.Infante D.Henrique, eram uma referência de arquitetura industrial, dos anos 50-60.
Custa muito aos edis compreenderem que a existencia de industrias e serviços no interior dos limites do município é um fator essencial para evitar a desertificação das cidades.
E estão muito satisfeitos, os edis de Lisboa, com os resultados da Expo 98.
A ruina do Batista Russo, na envolvente da zona da Expo, devia lembrar-lhes que os resultados não são tão famosos como isso, até porque e zona da Expo é agora um sugadouro dos serviços da Baixa da cidade, o que está a contribuir para a sua degradação acelerada, apesar dos programas publicitados (lá está, se o "marketing" repetir muitas vezes, acreditam nele e a perceção melhora).
Entretanto, se os planos forem para executar, teremos perto, um pouco a sul, do outro lado da Av.Infante D.Henrique, oficinas e parque de material circulante do TGV.
Pode ser que a zona melhore em fixação de serviços e habitação, e que o banco que hoje se abriga nesta ruina possa animar-se.

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2 comentários:

  1. Muitas estruturas dos anos 50-60 estão à sorte e abandono por falta de investimento ou sinais de prospriedade.
    Este país arrisca-se a transformar-se num fantasma pindérico e degradado.
    Falta-nos a cultura ou as colónias?

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  2. Segundo o professor Carvalho Rodrigues, que eu costumo citar, o que nos falta é a Ciência nas equações. Isto é, as decisões não são tomadas de acrdo com o método científico. E Ciência é Cultura. Falta-nos cultura. Não era o que Saramago dizia do senhor presidente da República? Falta mesmo, e assim é difícil, porque só a cultura e a ciência permitem às pessoas terem consciencia das próprias limitações, que é o primeiro passo para resolver um problema.
    Não creio que o problema seja a falta de colónias. Os países que saiam das colónias têm os seus próprios problemas, que eu julgo estarem muito bem tratados nos seguintes livros: A desilusão da globalização de Joseph Stiglitz, e Economics a very short introduction de Partha Dasgupta ed. Oxford Press.
    Pode ser que a Santogal venda muitos BMWs e arranje dinheiro para recuperar a fachada (não era muito bonita nem apreciada pelos arquitetos, mas eram as fachadas que se faziam quando eu tinha 10 anos).

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