segunda-feira, 7 de fevereiro de 2011

O mercado do chão do loureiro

Uma importante companhia de construção civil está prestes a concluir o novo silo de estacionamento da EMEL onde era o mercado do chão do loureiro.
Seis pisos de estacionamento para 200 viaturas.
O que é positivo.
A possibilidade de estacionamento favorece a fixação de moradores na cidade desertificada.
No rés do chão está previsto um supermercado.
Facto tambem positivo.
No último piso prevê-se  um restaurante ou um bar, envidraçado, com vistas para o Tejo.

Onde está então a questão?
Primeiro, o projeto não foi debatido com clareza, esclarecendo as dúvidas sobre o supermercado e sobre o aproveitamento do terraço.
Teria sido fácil divulgar o projeto nos meios de comunicação social.
Segundo, a altura do novo edificio ultrapassou a do anterior edificio, o que é um facto sensível por retirar a vista a quem passa na Calçada do Marquês de Abrantes(e também à esplanada do bar aí existente).
Porém, o porta-voz da EMEL afirma que a sércea do novo edificio é a mesma do antigo.
Não é, mas a sobranceria, a arrogancia e a auto-suficiencia do poder municipal definem as suas verdades que têm de ser aceites pelos cidadãos.

É uma hipótese de probabilidade elevada, que são a arrogancia, a sobranceria e a auto-suficiencia dos grandes empreiteiros e dos grandes donos de obra que impedem o debate aberto com os cidadãos.
Daí a termos uma má solução apesar dos objetivos corretos é um pequeno passo.
E há finalmente o "chico-espertismo", de acrescentar uns metros à sércea antiga.
Só dois ou três.
Quem quiser ver a vista que suba ao terraço.

É isso, a arrogancia, a sobranceria e a auto-suficiencia nova-rica, provinciana e chico-esperta caracterizam as decisões dos assuntos públicos.
Talvez que o principal problema das comunidades portuguesas não seja a dificuldade que temos em nos organizarmos.
Talvez seja antes o deficiente método de tomada de decisões.
Por isso estou sempre a falar na Sabedoria das Multidões.

Com assinalável insucesso...

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