sábado, 12 de março de 2011

O sismo no Japão de 11 de Março de 2011

A impotencia perante o desastre que atingiu os japoneses leva-nos a sentir-nos solidários com eles.
Devemos à engenharia japonesa o conhecimento avançado sobre as técnicas de construção anti-sísmica de tuneis em terrenos adversos, as técnicas contra a "liquefação" dos solos.
Embora não tivessem estado diretamente presentes nas obras de reforço do tunel acidentado do Terreiro do Paço, os técnicos portugueses do IST e do LNEC que estudaram e executaram o tratamento dos solos beneficiaram da experiencia japonesa.
Ente as ilhas do Japão existem tuneis. O método construtivo de cada um deles dependeu da natureza dos solos, que varia de um para outro. Por exemplo, a percentagem de areia num terreno é um dos indicadores utilizados para a escolha do método.
Há uns anos, um sismo no Japão derrubou viadutos e uma estação de metro colapsou; a liquefação dos solos derrubou edifícios intactos. Os técnicos estudaram as causas e as circunstancias e executaram as soluções.
No desastre de dia 11 de Março as construções de betão armado aguentaram os sismos (infelizmente, a central nuclear afetada não beneficiou dos progressos técnicos porque foi construida há cerca de 40 anos), mas o maremoto foi superior às defesas construidas.
O epicentro foi a cerca de 120 km e à profundidade de 24 km.
A onda atingiu a costa provavelmente em 10 minutos, sem tempo para as pessoas serem avisadas.
Junto algumas imagens em que se podem ver molhes de proteção de zonas habitadas junto da costa.








Junto do aeroporto atingido, uma duna continua, do tipo da nossa ria Formosa, pareceria assegurar a proteção.


É altamente provável que a engenharia japonesa reanalise as defesas contra maremotos e disso todos nós beneficiaremos.
Existe ainda a esperança de que seja possivel detetar as condições de ocorrencia de sismos através do controle dos deslocamento das placas tectónicas.
Continuo a achar que o sistema de boias é muito util para grandes distancias. Neste caso, dada a proximidade, parecerá que qualquer sistema de alarme não será totalmente eficaz. Dados os custos elevados do sistema de boias e a exposição ao vandalismo, continuo a pensar que uma ligação direta à polícia marítima do sistema meteorológico detetor de sismos será a solução imediata a adotar em Portugal.
Depois, haveria que divulgar os estudos já executados pelos investigadores que se dedicam a estes assuntos (e que já estudaram, por exemplo, o risco do desmoronamneto de encostas nas ilhas Canárias).
Também era importante que os estudos de vulnerabilidade a sismos e maremotos e a definição das zonas de inundação fossem divulgados, aprofundados e executadas as recomendações.
Uma das principais é a dificuldade portuguesa de coordenação e de organização das equipas de trabalho (na verdade, são envolvidas muitas organizações, como as camaras municipais, as administrações das bacias hidrográficas,os seviços da proteção civil, a Marinha e o Instituto Hidrográfico, os bombeiros...mas se não se conseguiu ainda a cobertura por radar da costa portuguesa, não podemos admirar-nos de existir esta flaha nos planos de vulnerbilidade das zonas ribeirinhas).
Igualmente seria interessante saber como está em Portugal a aplicação da resolução do parlamento europeu sobre prevenção de catástrofes naturais. Ver
http://fcsseratostenes.blogspot.com/2010/09/analise-e-prevencao-de-riscos-de.html

Um problema concreto, já aqui falado neste blogue, é até que ponto o fecho da Golada poderia proteger contra um maremoto com origem na faixa de Gorringue. Ver
http://fcsseratostenes.blogspot.com/2010/04/lamentando-aborrecer-os-leitores-e.html

Enfim, temos sempre a desculpa de não termos dinheiro.
Mas como diz o cronista do DN de hoje, dia 12 de Março, a verdade é que os portugueses não tratam do seu jardim como deve ser, para tentar ao menos minimizar as consequencias dos desastre naturais.

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