terça-feira, 4 de outubro de 2011

Ainda a TSU

Baseando-se num livrinho do senhor economista Vitor Bento, este blogue comentou a medida, ainda a discussão sobre a TSU não tinha atingido a virulencia que a troica lhe emprestou (parto do principio que a medida foi sugerida à troica, o que está de acordo com o que o senhor Poul Tomson afirmou numa entrevista).
O ponto essencial é que a medida de desvalorização fiscal só seria efetiva se o nível de preços dos bens não transacionáveis não compensassem a redução do preço de produção dos bens transacionáveis beneficiado pela redução da TSU.
Por outras palavras, se os rendimentos do setor de serviços não produtivos baixassem comparativamente com os rendimentos do setor produtivo.
Caso contrário, o que se cortava na TSU iria beneficiar o lucro da empresa.

Depois de tantos especialistas se terem pronunciado, vale a pena reter a posição de duas pessoas ligadas à questão:
- uma, diretor de hotel e dirigente de associação de turismo, sugere que lhes deixem a TSU como está, mas que não mexam no IVA (de facto, ganha-se  na TSU o que se vai perder no IVA, de acordo com a curva de Lagger - depois de um ponto crítico, a receita diminui quando a taxa do imposto aumenta);
- outra, o diretor da Auto-Europa; com o ar mais pacifico e paciente deste mundo, explicou à entrevistadora que o corte da TSU é sempre uma redução dos custos do trabalho, mas não seria por isso que a Auto-Europa iria ser mais competitiva; já a ligação por via férrea de bitola europeia à Alemanha seria outra coisa; conclusão: o investimento em vias férreas tem uma componente transacionável, na medida em que reduz os custos de produção; de notar que o corte da TSU não tem grande influencia porque os custos de pessoal são uma percentagem pequena no custo total de produção (o fator de escala ou fator de repartição, dado requerer alguma prática matemática, é normalmente de dificil entendimento pelos nossos gestores-decisores ... malefícios do PISA).

Balanço da história:  já que o IVA teria de subir para compensar o que passaria a faltar na TSU, então, para evitar a subida do IVA, os mesmos sábios que sugeriram a Poul Tomson o corte da TSU, que lhe sugiram agora a taxa sobre as transações financeiras e bolsistas e sobre os dividendos para compensar a perda teórica do IVA (teórica porque, diminuindo a atividade económica legal, a receita do IVA poderia não subir). Parece que era do interesse nacional, embora o atual governo pense que isso iria repelir o capital estrangeiro (salvo melhor opinião, o capital estrangeiro namora-se de outra maneira).

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