segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Eleições na Irlanda

Não gosto da publicidade aos portugueses de sucesso.
Lembro-me sempre dos elogios dos senhores professores da instrução primária aos meninos que traziam umas redações muito bem feitas em casa.
Preferiria a divulgação do que os portugueses normais e médios poderiam fazer para melhorar o país, se  deixassem  uns e se preparassem outros para o fazer.
Também não gosto dos exemplos de sucesso que vêm de fora, muito seguros da sua superioridade.
Mas o exemplo da Irlanda é importante.
Refiro-me ao método eleitoral usado nas eleições presidenciais.
Foi utilizado o método preferencial, em que cada eleitor ordena os candidatos pela ordem decrescente de preferencia.
Assim se salvaguarda a vontade dos eleitores quando o seu candidato preferido não tem hipótese de vencer.
As regras eleitorais constituem um capítulo da matemática complexo e evoluido.
O teorema de Kenneth Arrow demonstra a impossibilidade de satisfação de todos os princípios eleitorais.
Isto para dizer que os fazedores de opinião portugueses ainda não analisaram bem os dados do problema, porque parece que continuam a defender a questão da governabilidade associada ao combate ao sistema proporcional, por exemplo, na questão dos círculos uninominais. Isto é, continuam a defender os princípios de governo de partido único, inspirados no "quem ficar em primeiro fica com tudo" norte-americano, que vem diretamente do século XVIII, antes dos trabalhos dos matemáticos Condorcet e Charles Bordas. No caso das presidenciais, ainda têm ainda muita dificuldade em aceitar o método preferencial adotado na Irlanda. Não foi o caso, mas o sistema preferencial permite, e é desejável, que um candidato que seja o segundo classificado quanto às primeiras escolhas, possa ser o candidato eleito. E evitam-se as segundas voltas.
Parafraseando Julio Dantas, como é diferente a compreensão matemática das regras eleitorais em Portugal.

Ver a problemática das regras eleitorais em:
http://fcsseratostenes.blogspot.com/2009/08/homenagem-schulberg-e-governabilidade.html 

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