terça-feira, 25 de outubro de 2011

A novela do PET em 25 de outubro de 2011

No dia 8 de outubro deste ano, escrevi neste blogue:

OK, não há novo aeroporto. Vou continuar a suportar o cheiro da gasolina dos aviões quando está vento norte, o ruido das descolagens quando está vento sudoeste, o risco de acidentes em zona urbana com densidade elevada de postos de combustível e transporte do combustível para os aviões por camião. Vou continuar a ter pena de um aeroporto que rebenta pelas costuras, que não tem hipóteses de responder à procura porque parece nem sequer valer a pena fazer uma pequena obra na pista para aumentar o número de descolagens por unidade de tempo. Vou continuar a assistir ao desrespeito da lei do ruido que proibe o sobrevoo de hospitais.  Porque não há financiamento (si fuera una region autonoma española probablemente lo habria) terei de encolher os ombros porque o sigilo bancário não me permite contestar a asserção. Mas por favor não diga o senhor ministro que não há ambiente competitivo. Olhe que até há aviões cargueiros, de mercadorias, não é como gosta de argumentar? E não insista muito na tecla das "low cost". Como diz um gestor da TAP, elas são subsidio-dependentes das regiões turisticas. Veja lá não lhes dê tratamento de favor.


Hoje, 25 de outubro, oiço que o senhor ministro da economia e transportes está feliz porque assinou um protocolo com a easy jet que proporcionará 200 postos de trabalho e permitirá estudar a opção Portela+1 e procurar a região de Lisboa um aeroporto para as "low cost" , mantendo o aeroporto da Portela.
As "low cost" permitem aos pais babados mandar as suas filhas conhecer culturas diferentes. É muito bonito.


Que posso eu pensar depois do que escrevi? 
Que vão ser as "low cost" a determinar o futuro da exploração aérea na região de Lisboa?
Que de nada vale o gestor da TAP alertar que as "low cost" são subsidio-dependentes das regiões turisticas que servem?
Que o lobby das "low cost" se opõe tenazmente ao TGV para Madrid apesar da maior ineficiencia energética e ambiental do transporte aéreo quando comparado com o TGV? (não se importaria com uma linha de 160 km/h de velocidade máxima de mercadorias? mas então as "low cost" ainda não detetaram o nicho de mercado dos cargueiros aéreos?)
Mas não se opõe tanto ao TGV Lisboa-Porto ? (qualquer explorador de linhas aéreas sabe que explorar entre aeroportos distantes 300 km é muito menos rentável, por razões de combustível, do que entre aeroportos distantes 520 km).
Que os pobres vizinhos do novo aeroporto "low cost" vão ter mais um motivo de infernização das suas vidas?
Que há técnicos em Portugal que já podiam ter estudado e procurado o tal aeroporto +1 e preparar um plano de transição e financiamento entre a situação atual e a situação futura "novo aeroporto internacional",  mas que possivelmente o governo não teria confiança nas suas conclusões por não serem as que desejaria?
Que favorecer as "low cost" pode atrair turistas estrangeiros, mas estimula a saida de divisas através dos turistas portugueses?
Que as "low cost" vão investir em infra-estruturas? querem que eu acredite?
Que o petróleo não pára de subir e que apesar disso o futuro das "low cost" é risonho porque inovam muito?





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