terça-feira, 24 de abril de 2012

IDE - investimento direto estrangeiro

O artigo do DN de 23 de abril de 2012 é discreto mas a importancia do seu tema é elevada.
Mais um relatório com previsões do FMI.
Que de 2012 a 2016 vamos ter muito investimento estrangeiro (cerca de 20 mil milhões de euros) , graças à atratividade das condições laborais, ao "embaratecimento" da economia portuguesa (já Paul Tomsen tinha avisado que o nível dos salários em Portugal estava muito alto) e às privatizações.
Mas diz tambem o relatório  e o artigo que, em consequencia disso, a partir de 2016 o resultado em termos liquidos será negativo.
Isto é, a reexportação dos lucros e dividendos conduzirá a um defice (100 milhões em 2016, 200 milhões em 2017, previsões do FMI).
Os sacrificios que se fazem agora são destinados a mais endividamento daqui a 4 anos.
Boas noticias que o senhor ministro das finanças terá levado aos investidores de Wall Street, que têm em Portugal campo para investir.
Tal como já referido neste blogue, o investimento estrangeiro tem a grande vantagem de dar emprego a muitos cidadãos e cidadãs portugueses, mas é como uma bomba a esgotar a água num barco que se afunda, esgota menos do que aquela que entra.
É melhor que nada, fundamentalmente por gerar emprego, mas não resolve.
E quanto a privatizações, perde a comunidade nacional os dividendos e continua a necessitar de financiamento porque tem de exportar os lucros.
Que querem que pense desta política financeira?
Dá ideia que o cerne da questão está na balança de pagamentos, na diminuição do endividamento , na substituição das importações e nas exportações, mas tudo isto só é discutido em artigos discretos ou em referencias episódicas na televisão e continua a ser como a história do guizo ao pescoço do gato.
E contudo, algumas medidas que foram sendo reproduzidas neste blogue talvez sejam mais do que isso:
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2010/08/blog-post_31.html
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2010/10/economicomio-lxi-as-medidas-contra.html
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2010/10/economicomio-lxii-as-22-medidas-dos.html

Enfim, continuamos dependentes do estrangeiro.

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