sexta-feira, 8 de junho de 2012

Boris Gudonov e Putin em S.Petersburg

A ópera continua subversiva.

Com encenação de Graham Vick (encenou a Tetralogia do Anel dos Nibelungos no S.Carlos, há uns anos) e direção de Valery Gregiev, a ópera de Mussorgsky subiu à cena representando os policias de choque de Putin a reprimir as manifestações contra o czarismo do regente Gudonov-Putin e o seu Dmitri-Medvedev (na ópera de Mussorgsky, sobre a peça de Pushkin, o falso Dmitri apresenta-se como filho de Ivan o Terrível, coisa de que Boris Gudonov, o regente, não gosta.
Difícil, a Democracia livrar-se deste conceito, quase religioso, de que há salvadores da pátria.
Independentemente das interpretações, uma coisa que esta ópera tem é que dá a prioridade à movimentação do povo.

Continuo a achar que o atual governo português faz bem, do ponto de vista de defesa pessoal, em não apoiar o S.Carlos.
Embora também ache que faria melhor, do ponto de vista do interesse da cultura popular, fazer como fez com as taxas para o cinema. Talvez taxar os reality-shows e os concursos televisivos em benefício de produções com profissionais portugueses de ópera.
http://www.newyorker.com/online/blogs/culture/2012/06/boris-godunov-in-st-petersburg.htmlhttp://www.newyorker.com/online/blogs/culture/2012/06/boris-godunov-in-st-petersburg.html

Boris Gudonov no teatro Mariinsky de S.Petersburg, fotografia de Rustem Adagamov, no New Yorker

Sem comentários:

Enviar um comentário