terça-feira, 26 de março de 2013

O ministro das finanças da Ivalandia em Nova York

O ministro das finanças da Ivalandia deslocou-se a Nova York e à sede do FMI.
Falou também com o secretário do Tesouro dos USA, Timothy Geitner, um dos principais atores da crise associada ao Lehman Brothers (como diziam os gregos, a mordedura de um cão cura-se com a baba do cão; quando se cura, claro).
Mais uma vez os soberanos financeiros devem ter ficado abismados com a sapiencia do senhor ministro , a quem garantiram toda a compreensão neste momento dificil.
Os cidadãos e cidadãs que ganham a sua vida com o seu esforço sabem que nem a confiança dos mercados nem a compreensão dos dirigentes financeiros internacionais servem para comprar melões ou sementes de couve.
Sabem também, infelizmente por experiencia própria, o que pensar de quem apresenta desculpas como aquela do programa estar mal desenhado (os programas desenham-se ou concebem-se, elaboram-se, escrevem-se? os mercados não terão ficado nervosos sabendo que a troika anda a desenhar mal?).
E de quem ainda faz humor com as previsões meteorológicas, quando as conquistas científicas permitem a predição pela análise de dados.
Nem pensarão nada de mal, terão misericórdia na apreciação.
Mas é bom para a auto estima do senhor, falar com ar pausado com gente tão importante.
Duvido que tenham discutido formas de aumentar o PIB com investimento produtivo de modo à mesma despesa pública corresponder a uma percentagem menor do PIB (aquela ideia de exigir fatura na compra do DN também é boa para aumentar o PIB; 82 milhões de faturas enviadas pela internet para o ministério das finanças em dois meses e meio por restaurantes e algumas oficinas e cabeleireiros de pois de terem sido forçados a adquirir 1000 a 1500 euros de equuipamento e software,  é obra; mas não aumenta a capacidade produtiva de bens ou serviços ditos transacionáveis) .
Duvido que tenham discutido a aplicação de uma taxa sobre as transações financeiras.
Ou sobre cada movimento do multibanco sem repercussão no cliente.
Ou sobre a construção de uma central solar térmica de sais fundidos (por acaso já em construção nos USA).
Ou sobre medidas para diminuir a influencia dos off-shores tipo Cayman e dos in-shores tipo Suiça, Holanda ou Londres.
Era pedir muito.

2 comentários:

  1. Tu sabes que quem efectivamente decide...está na sombra..!!

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    1. Pois é, está na sombra, ou às vezes estará na penumbra denunciando-se discretamente, como disse o consultor António Borges (quem diria) quando falou no encosto entre os grandes financeiros e grupos económicos e o poder politico. Mas como disse, tudo isto é muito bom para a auto estima do senhor doutor Vitor Gaspar. Cada vez se sentirá mais contente consigo próprio. Ele.


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