sexta-feira, 25 de outubro de 2013

O planeamento de tarefas, do DN de 25 de outubro de 2013

Com a devida vénia ao DN, donde retirei os elementos, comento o grave problema da falta de planeamento de tarefas no nosso país e de crónico incumprimento de prazos, desde a falta de pontualidade nas reuniões, até à ausencia de integração e à descoordenação entre atividades de um empreendimento.

1 - Na região de Lisboa existem neste momento em julgamento duas ações contra a construção de outros tantos campos de golfe, um junto do Taguspark e outro no Jamor.
As ações começaram agora a ser julgadas, quando ambos os campos estão concluidos e um dele em funcionamento.
Estes simples factos deveriam, como os resultados fora da norma em análises clínicas, motivar uma alteração profund ano funcionamento da justiça (descentralização do poder decisório, desburocratização, alteração dos critérios na formação jurídica, criação de orgãos de controle mútuo, disponibilização de informação ao público e oportunidade de participação em debates...).
Mas não, muito barulho para nada, como dizia Shakespeare.

2 - cronograma do guião da reforma do Estado segundo o atual governo (guião, não reforma...):

27out2012 - PC: até 2014 realizaremos a reforma do Estado que será a "refundação"
28nov2012 - PC: as medidas serão conhecidas até fevereiro
16fev2013 - PC: PP apresentará um guião "muito proximamente"
15abr2013 - CDS: guião será concluido até 13maio (7ª avaliação da troika)
29mai2013 - PP: guião será divulgado em junho
1jun2013 - PC: guião será discutido em junho
13ago2013 - PM: PP comunicará "oportunamente" o guião
11set2013 - PC: guião será apresentado até 30set
3out2013 - PP: discussão até 13out
23out2013 - PC: discussão será no conselho de ministros de 24out (adiada para 30out)

Muitas vezes repreendi os meus colaboradores quando tinhamos um prazo para entregar um trabalho e o deixávamos passar ou ameaçávamos deixá-lo passar. Mas nunca tive um caso assim. 
Certamente que concordarão comigo os gestores seguidores da escola de Chicago e os professores de finanças públicas cujo coração balança entre Buchanan e Musgraves.
Não será evidencia de simples incompetencia, será mais simples incapacidade de apreensão dos dados concretos.

É possível que esta incapacidade de cumprir prazos e de cumprir os horários seja um dos elemetos essenciais da dificuldade dos portugueses em trabalhar em equipa, em tomar decisões, em organizarem-se em grupos de recolha de dados, sua análise, estudo de soluções, sua experiencia, análise dos resultados, formulação da proposta concreta.
É possível.
Mas se é assim, em lugar de depositar em poucos a impossibilidade de resolução dos problemas, mais valia alargar as decisões e repartir a responsabilidade de as tomar por muitos.
Salvo melhor opinião, claro. 
Ver propostas de organização em "A sabedoria das multidões" de James Surowiecky.

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