terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

De Kiev, Ucrania, a Manitoba, Canadá

Choca-me a violencia. Apesar de acreditar na sabedoria das multidões, choca-me a concentração das multidões em ações em que a racionalidade não as orienta. Apesar de acreditar em António Aleixo, quando escreveu:
Porque o povo diz verdades, 
Tremem de medo os tiranos, 
Pressentindo a derrocada 
Da grande prisão sem grades 
Onde há já milhares de anos 
A razão vive enjaulada. 

Leio numa entrevista o desabafo de um manifestante em Kiev: "Quero viver num país normal".
Mas oiço na televisão um português emigrante que respondeu a um convite dum programa do governo de Manitoba, no Canadá. E dizia o  mesmo: "Quero viver num país normal"
Haverá muitos cidadãos e cidadãs ucranianos ingenuamente a pensar que a união europeia é "normal".
Temos a experiencia que não.
Não é normal o BCE emprestar aos bancos a menos de 1% e os bancos emprestarem aos governos a mais de 5%.
Não é normal uma empresa alemã ter juros muito abaixo dos juros que as empresas portuguesas pagam.
Não é normal num país da união europeia como Portugal pagarem-se juros de 4% para comprar Audis e pagarem-se 7% de juros para fazer obras de reabilitação (é normal deixar cair o património edificado? é normal esperar que o edificado seja mantido com juros a 7%?).

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