terça-feira, 20 de maio de 2014

Campanha eleitoral

Este blogue apela à participação nas eleições de 25 de maio para o parlamento europeu. Tem consciencia de que a inércia das sociedades, no fundo a defesa contra os riscos de uma mudança, se opõe a isso  mesmo, a uma mudança, mesmo que essa mudança fosse um progresso na capacidade interventiva e participativa dos cidadãos. A luta diária pela sobrevivencia dificulta aos cidadãos pensar no governo em causa própria. E os representantes não estarão interessados tambem em grandes mudanças, nem sequer em representar por lugares vazios a proporção de votos em branco ou as abstenções.
E contudo, continuaremos a tentar.
Especialmente porque cada vez mais cidadãos compreendem que o nosso pequeno país não pode, por si só, corrigir as suas economias e finanças (o saldo orçamental depende do investimento privado, dos fundos comunitários e das exportações).
Medina Carreira e João Ferreira do Amaral, no programa Olhos nos olhos, insistem que não há solução ou que vêem com receio o futuro. Que não nos sabemos governar e já falam em tutores, uma vez que saldos orçamentais negativos e impossibilidade de cumprir defices estruturais de 0,5% significa que se vive em protetorado. Descrêem  assim em quem trabalha duramente, e em quem não trabalha porque a moda é reduzir quadros de pessoal e cortar nas despesas de investimento. Insistem esses sábios que estando no euro não se pode controlar o cambio e o valor da moeda (podiam talvez analisar as experiencias das moedas locais, ver
http://fcsseratostenes.blogspot.pt/2013/04/a-experiencia-de-worgl-rede-bitcoin.html).

São uns ingratos para a senhora Albuquerque, que, desinibida e iludida consigo própria, veio recentemente vangloriar-se que tinham feito tudo bem feito e com muito exito (criar uma almofada financeira para pagar dividas futuras e conter o defice em troca da contração de mais dívidas enquanto as exportações de bens continuam a diminuir é um exito?). É bem verdade que os corredores do poder são uma turris eburnea que muda o discernimento de quem os habita.
Mas este blogue queria apenas participar na campanha eleitoral, apelando ao voto, e que ele seja crítico da subserviencia aos ditames da comissão europeia, à prepotencia e arrogancia dos não eleitos do BCE e do FMI. Ao menos ponham os olhos na reserva federal americana, vejam por exemplo o que o tesouro americano fez na Califórnia e nas injeções de liquidez que tem feito.
Não será prudente sair do euro, como propõem João Ferreira do Amaral e o partido comunista (através de um programa faseado, claro, mas programas faseados é coisa em que os portugueses costumam falhar), porque precisamos de regras e normativos e essa é a principal vantagem para nós do conceito de Europa unida. Mas podemos fazer força, apesar de pequeninos, para fazer a mudança nos proprios tratados de funcionamento da união europeia, tomando por base a Declaração universal dos direitos humanos, nomeadamente o direito ao trabalho e ao bem estar minimo .
O que obrigaria, como o candidato do partido comunista, tambem João Ferreira, disse que não lhe parece possível, mas este blogue entende que devemos comportar-nos como se fosse possível, a "A continuidade no euro não seria possível... a não ser num quadro que permitisse uma transferência massiva e regular de recursos, uma redistribuição, nomeadamente por via de um grande orçamento da União Europeia... a solução não é conformarmo-nos com as desigualdades que a União Económica e Monetária gerou, não é conformarmo-nos com uma situação em que há países produtores e outros consumidores. Pelo contrário. Importa dinamizarmos a economia do nosso País"
(isto é, este blogue pensa que, em vez de se dissolver a união económica e monetária europeia, ela deve ser transformada para servir os interesses das populações, o que sinceramente parece ser uma posição mais marxista, a transformação, do que a dissolução; que os ortodoxos do partido comunista me perdoem).





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