sábado, 31 de outubro de 2015

A saída do senhor secretário de Estado dos transportes, Sérgio Monteiro, economista

Este blogue assinala a saída do senhor secretário de Estado que, através de um artificialismo das contas  tentou justificar as concessões dos transportes públicos e a venda da TAP e CP Carga e prejudicou gravemente o interesse público pelo desprezo manifestado pelo papel dos trabalhadores das empresas públicas de transportes e, consequentemente, pelo desprezo pelo papel que elas desempenham na economia, através da sua maior eficiência energética face ao transporte individual e rodoviário.
Sugere para isso  a revisitação dos textos que foram sendo depositados neste blogue desde 2011, desde as portagens de Agosto de 2011 na ponte 25 de abril, à participação de Sérgio Monteiro nas PPP, do lado da CGD/BI, ao apoio por concretizar do Estado à obtenção de financiamento ao senhor Neeleman que afinal não o conseguiu obter no banco público brasileiro para comprar 60% da TAP, e à ilusão digna de Mofina Mendes e dos protagonistas da metáfora da galinha e do ovo esperado, ao proclamar as poupanças na subconcessão do metro de Lisboa, ocultando que o problema está nos  juros dos empréstimos dos elevados investimentos para construção das linhas de metro.

http://fcsseratostenes.blogspot.pt/search?q=secret%C3%A1rio+de+estado&updated-max=2009-10-30T17:03:00Z&max-results=20&start=14&by-date=false

Comenta ainda este blogue a satisfação do senhor ao ser nomeado gestor (projet manager...) da venda do Novo Banco. Não devia ficar satisfeito. O facto apenas demonstra que o meio é muito pequeno, e sai-se de secretário de Estado para uma função criada para ele, para mais ao arrepio das recomendações de Vitor Bento e, ao que consta, do atual gestor principal do Novo Banco. Desrespeita-se assim norma anti-corrupção de 3 anos após a saída do cargo ministerial (criada depois do escandalo da saída do ex-ministro Ferreira do Amaral para a Lusoponte). Já vieram entretanto os incondicionais defensores dizer que não há incompatibilidade porque sendo funcionário da CGD estará interessado em vender pelo melhor preço. Com o devido respeito pela superior sapiência de tão doutos juristas, tomo a liberdade de recordar que um dos fundamentos das medidas contra a incompatibilidade de cargos públicos é evitar a informação assimétrica (isto é, a CGD/BI, especialmente considerando o papel que teve nas PPP, não deve ter acesso preferencial à informação relativa).
Mas o que interessa destacar aqui é a desculpa que o próprio senhor apresentou: que o cargo de secretário de Estado dos transportes  era o de uma tutela técnica, sem nada que ver com o sistema financeiro.
Se o cargo de secretário de Estado dos transportes é técnico, então deveria ser desempenhado por um técnico (e ministro da Economia, de que depende a secretaria de Estado dos transportes, pode ser um senhor advogado que sai do BPI para o governo?).
Um ato médico só pode ser exercido por um médico. Penso que a Ordem dos Engenheiros poderia questionar. Afinal secretário de Estado dos transportes é um cargo técnico desempenhado por pessoas que não estão habilitadas para o desempenhar.
Como aliás o seu desempenho demonstrou ao contribuir para esta ilha ferroviária em que estamos.

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