sexta-feira, 10 de fevereiro de 2017

Nossa senhora de Akita numa tarde na avenida de Roma

Na tarde de um dia geralmente muito nublado mas com abertas, e muita humidade, parei como de costume nas montras das livrarias da avenida de Roma. Sobressaíam livros sobre Fátima, cujas aparições fazem o centenário, este ano.
Um deles o livro de Len Port, edição Guerra e Paz. O  senhor é irlandês, do norte, paleontólogo e jornalista, e vive no Algarve. Não me canso de dizer que precisamos dos pontos de vista dos estrangeiros do norte, que apliquem o método científico ao abordarem questões envolventes das comunidades.
Por isso comprei o livro e fui espreitando o seu interior ao longo da avenida, com as nuvens ameaçando desfazerem-se em chuva, com o sol discreto tentando romper , parecendo que sim, que conseguiria, mas logo ocultando-se.
Página 140, no capítulo sobre o "terceiro segredo", a aparição de nossa senhora a uma freira japonesa, em Akita, em 13 de outubro de 1973, repetindo o terceiro segredo de Fátima, anunciando desgraças apocalíticas que assustaram os papas.
Salto para "o milagre do sol", passando sem nada ler, além do título, pelo capítulo "caos e comunismo", enquanto o meu subconsciente estabelece analogias, a mão de fátima, amuleto popular em forma digital de figas, o hino  ao deus sol do último imperador pagão Juliano. e depara-se-me na página 46 a descrição do milagre pelo professor de ciencias naturais da universidade de Coimbra José Almeida Garrett, aos 13 de outubro de 1917. Que sim, o sol movera-se. Está provada a veracidade das declarações de Lucia, a vidente (sobre o sol, não sobre o seu relato sobre a primeira aparição, a de um rapaz). Leio depois que o papa Pio XII repetiu o milagre do sol aos saltos no seu jardim do Vaticano. Paro e levanto os olhos ao céu. O sol espreita timidamente por trás das nuvens. Está vento e a intensidade do sol varia consoante o grau de cinzento das nuvens e dos flocos de nuvens que passam diante dele.  Fixo os meus olhos no ponto mais luminoso e assim fico uns momentos. O movimento contínuo e irregular das nuvens, a fixação na luz variável, a variação dos tons de cinzento acabam por me levar a dizer de mim para comigo, de repente, "olha, o sol mexeu-se agora, desceu uns 2 ou 3 graus e voltou ao sítio".
Por pouco não gritei, para os passantes na avenida de Roma, "milagre". Fiz bem, assim como assim, a própria vidente nunca escreveu que tinha visto o sol aos saltos. História de facto interessantissima para um paleontólogo estudar.

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