sexta-feira, 19 de maio de 2017

De Pirandello a Gudel e a nós

O DN tem sido muito valorizado, acho eu, com a colaboração de jornalistas correspondentes estrangeiros.
Este artigo é um bom exemplo, em que se conta a história de um cidadão de parcos rendimentos que fez uma despesa de 2 euros no supermercado, e que tinha pedido à funcionária da caixa a confirmação do preço de um detergente, e que conclui, o artigo, a relacionar as críticas dos povos do norte com os baixos salários do sul:

http://www.dn.pt/opiniao/opiniao-dn/convidados/interior/no-supermercado-com-luigi-pirandello-8484464.html

Mas antes disso, o artigo cita o título da peça de Pirandello: Cosi é, se vi pare (se assim vos parece, é porque é mesmo assim). A história da peça é interessantissima, uma relação entre uma sogra, um genro e a filha ou suposta filha, para a qual há duas visões, e uns defendem uma e outros outra, e não há hipótese de ter certezas. O que é curioso, Gudel tambem chegou à mesma conclusão, com o seu teorema da incompletude, que com mecanismos matemáticos fiáveis, de imunidade ao erro, é sempre possível existirem problemas matemáticos que não possam ser resolvidos. Não há certezas universais, e o método científico impõe regras, mas que só são válidas em domínios restritos.

Isto para dizer que eu digo uma coisa, apresento provas, ou pelo menos o que me parecem provas, mas depois vêm uns senhores, e com muita lábia dizem que eu estou errado, mas o que dizem não me parece nada confiável.
Enfim, pode ser mesmo verdade, o que diz Pirandello, Cosi é, se vi pare.
Pena as pessoas irem atrás disto, que no fundo é, acreditem mais na vossa perceção do que na realidade.
Pena.


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