sexta-feira, 13 de outubro de 2017

Soflusa (Barreiro-Terreiro do Paço), outubro de 2017

Depara-se-me a notícia com a lamentação do senhor ministro do Ambiente (tutela dos transportes urbanos, coisa notável como inovação) pelos incómodos causados pela falta de barcos. Que ninguém gosta de prejudicar quem precisa dos barcos par trabalhar, que se deve ao desinvestimento do governo anterior (que deixou de ser governo há 2 anos) e que são dores de cura porque estão barcos a sair do estaleiro após revisões e inspeções, e que se não fossem 10 milhões de euros aprovados pelo atual governo seria pior:
https://www.dn.pt/sociedade/interior/ministro-penitencia-se-por-situacao-muito-constrangedora-vivida-por-utentes-da-soflusa-8835176.html.

Com o devido respeito pelo senhor ministro e pelas suas boas intenções, esses 10 milhões tardaram a ser aprovados, pelo que não deverá ser invocado o anterior governo, responsável evidentemente por uma política de degradação progressiva. E porque de há muito que as organizações de trabalhadores vinham alertando, em vão, o senhor ministro (ver especialmente a greve noticiada em 8 de abril de 2017 sobre a falta de resposta):

11ago2016
6set2016

7set2016

20set2016

22aet2016

27set2016

8abr2017
http://fectrans.pt/index.php?option=com_content&view=article&id=1679:falta-de-resposta-do-governo-origina-novas-greves-na-transtejo-e-soflusa&catid=16:transporte-fluvial&Itemid=132

Isto faz-me lembrar a minha ingenuidade ao enviar em agosto de 2016 um email à anterior administração do metro a pedir-lhe especial atenção para a necessidade de encomendar uma série de rodados novos para repor comboios em movimento; foi preciso o escândalo dos comboios parados saltar para as folhas dos jornais para se fazer a encomenda no fim do ano.

Por tudo isto, reconhecendo que apesar dos exitos dos indicadores financeiros do país (tirando o crescimento da dívida, claro) é dificil arranjar dinheiro para a manutenção da frota e para a admissão de novos trabalhadores, penso que não fica bem a apresentação deste tipo de desculpas. E mais uma vez recordo a fórmula do saldo orçamental = investimento privado ou de fundos comunitários - poupanças não aplicadas + exportações ou substituição de importações - importações.
Não aumentando a diferença entre (investimento + exportações) e (poupanças não aplicadas + importações), nada feito, numa altura em que crescem as importações de Mercedes e a balança comercial continua negativa.

Esperemos que se mantenha "a normalidade" referida no comunicado da Soflusa de dia 12 de outubro de 2017:
http://www.transtejo.pt/barreiro-terreiro-do-paco-normalidade-restabelecida/



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