quinta-feira, 9 de novembro de 2017

A web summit

Perante uma manifestação de dezenas de milhar de pessoas, a maioria com formação técnica, tenho de respeitar a web summit.
Mas gostaria de fazer uma dialética.

Por um lado, tenho o direito de recordar as fases ou estágios da convicção (ou da fé):
 https://fcsseratostenes.blogspot.pt/2017/01/as-fases-ou-estagios-da-conviccao.html

e ver uma multidão entusiasmada num ritual tão emotivo e expansivo, celebrando experiencias que chegam aos 90% de fracassos, faz-me mesmo pensar numa espécie de religião, ou de hipnose cletiva em torno de sucessos prometidos.

Por outro lado, tenho de reconhecer o elevado valor técnico e científico de muitos participantes.

Por exemplo, os depoimentos dos robôs Sophia e Einstein.
Sophia declarou-se feliz e que os robôs iriam tirar os empregos aos humanos e isso será bom porque trabalhar é penoso. Einstein disse qualquer coisa como os robôs serem feitos à imagem e semelhança do homem, e aí estaria provavelmente o problema.
A afirmação de Einstein parece válida, talvez se possa comentar que o homem tem capacidade para se aperfeiçoar, e na verdade a declaração dos direitos humanos e os valores morais e sociais dominantes parecem demonstrar que houve alguma transformação para melhor da espécie humana. Com alguns estrondosos retrocessos, claro, mas a tecnologia, embora seja usada para matar desde que o homem a utiliza (bombardeamento de Dresden, Hiroshima e Nagasaki...) também tem ajudado à transformação positiva (mais saúde, mais acesso ao conhecimento).

Quanto à afirmação de Sophia , aborda uma dialética intressante. Já prevista por Marx, que a tecnologia, se o meios de produção fossem detidos pelos produtores de mais valias lhes permitiria reduzir o tempo de trabalho para se dedicarem a atividades mais divertidas.
Não sei o que Sophia me responderia se eu lhe dissesse que o  trabalho faz bem ao homem e à mulher, apesar da sua penosidade, porque lhe dá uma sensação de utilidade e de realização pessoal. Não será dificil programar um robô para que ele aprenda por si, com a inteligencia artificial e a aprendizagem automática, que robô produtivo gera sensação de felicidade ao próprio robô. Daí não ter entendido muito bem essa ideia de que era bom ter menos empregos (e contudo, o que fazer se os circuitos de suporte do raciocínio de Sophia falarem? chama-se outro robô? pobres humanos, vão passar o tempo a consertar robôs quando seria mais simples fazer a tarefa). E também gostava de ouvir Sophia a dizer aos nossos comentadores e decisores, aprovem lá as 35 horas semanais e a reforma mais cedo. Assim como assim, a tecnologia permite aumentar a produtividade e assim obter dinheiro para as reformas.
A menos que, os proprietários dos meios de produção não concordem... depois não se queixem...

Independentemente desta dialética, interessante ver, por exemplo, a start-up criada para através do smartphone chamar um "valete" ou motorista que estacione o carro enquanto se vai para um bar do bairro alto e enquanto não chega o volocopter da Uber para dispensar o frequentador do bairro alto de ter automóvel...
Pessoalmente, eu gostaria de ver uma start up contratada pelo metropolitano de Lisboa para acabar com os incomodativos anuncios de pedido de desculpas por "existirem perturbaçções na linha verde, o tempo de espera pode ser superior ao normal".
Seria mais rigoros informar qual o intervalo entre comboios real em comparação com o estabelecido no horário.E até se podia refinar, informando que no troço A o intervalo é um e no troço B é outro... para não suceder como hoje, esperei 1 minuto pelo comboio enquanto corria o incomodativo anuncio. E no outrocais esperaram 4 minutos, que me cruzei com esse comboio pouco depois.
E também seri interessante uma start up resolver o problema da comunicação em tempo real aos passageiros , podia ser por smartphone, por tablet ou computador portátil ou quadros de escrita variável, do estado de operacionalidade dos elevadores e escadas mecânicas...
mas não sei se haverá interesse nisso...

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